quarta-feira, 12 de agosto de 2009

À Deriva


Depois de uma gincana de trânsito, sirenes e atraso mórbido, consigo chegar ao cinema! Desesperada, com castanha do sinal nos dentes, encontro meu amigo já com o ingresso na mão. Entro na sala escura com uma coca na mão como se estivesse indo ao estádio de futebol, com o tônus que eu estava, poderia chegar na Gaviões da Fiel e liderar as massas para a avalanche.

Fui ver À Deriva, do Heitor Dhalia. Estava curiosa, pois tinha amado o Cheiro do Ralo. Em questão de cinco minutos, o filme me transportou para outro lugar, bem longe da Augusta na hora do rush, com certeza. Rodado em praias paradisíacas, a fotografia ficou demais, com muitas cenas aquáticas, passando uma intimidade imensa dos personagens com aquele local e entre si. Lembra muito Lucrécia Martel, um realismo, uma sensação de intimidade familiar, podemos quase sentir o cheiro daquela família. O roteiro previsível e um pouco melodramático no final, mas incrivelmente sensível, a relação do mar com a decadência da família, tudo pela ótica de uma menina de catorze anos. Uma protagonista bem verdinha ainda, mas que funciona horrores. Débora Bloch está demais, maravilhosa! Ela preenche todo o filme, uma atriz inegavelmente linda e talentosa. Um filme cheio de sensações, com tomadas incríveis.

Sai tomada por um mosaico de sentimentos, balançada com as minhas referências familiares e com a sensação de impotência diante do fim. Um filme sobre descobertas adolescentes, a descoberta do mundo adulto - duro, muito duro....


Mas cansada da dureza da vida, fui encontrar dois amigos muito amados que eu amo demais! Ah... delíciosos os dois, a vida realmente não passa de uma piada mesmo!!!!! ahahahah

E fica a frase para refletir na oração - de joelhinho, as mãos em concha para a oração:
- "Deus não mata... mas dá AQUELA castigada!!!!"






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